Seguros no Agro - Como reduzir assimetrias e ampliar capilaridade?

As recentes tragédias climáticas no Brasil, em especial no Rio Grande do Sul, evidenciaram as limitações do atual modelo de seguro rural e da política de gestão de riscos agropecuários. Com orçamento instável, baixa adesão, cobertura limitada e falta de uma base de dados consolidada, o seguro rural deixa milhões de hectares desprotegidos e expõe o setor a perdas bilionárias, judicialização e pressões recorrentes por renegociações com o Tesouro Nacional. A falta de um arcabouço mais robusto compromete não apenas a resiliência da produção agropecuária, mas também a estabilidade fiscal e financeira do país frente a eventos extremos que se tornam cada vez mais frequentes.

Diante desse cenário, crescem as discussões sobre como aprimorar e modernizar a estrutura normativa do seguro no agro com financiamento mais previsível, regras claras e integração com o crédito rural. Propostas legislativas como o PL 2951/24 e PL 1217/25 sugerem novas formas de governança, vinculação orçamentária e participação privada. Ao mesmo tempo, soluções inovadoras como o seguro paramétrico e a incorporação de tecnologias climáticas surgem como mecanismos para ampliar a capilaridade e reduzir as assimetrias do modelo atual.

Neste roundtable, o GRI Institute reunirá entidades, players do setor agropecuário e autoridades públicas para debater caminhos concretos para o fortalecimento do mercado de seguros do agro no Brasil. A agenda abordará os principais gargalos da política atual, os avanços em curso, mecanismos de incentivo à entrada de entes privados e a articulação com instrumentos de crédito.